Lagarto
Sol que esquenta a pedra pro lagarto se deitar
Transformou as poucas gotas da manhã num chover sem fim
E eu faço um muro pra me proteger do que me distrai
Como um réptil estático, um cacto apto a se aquecer
Pedra no chão e o lagarto a sonhar
Sem claridao morre o globo ocular
Sombra sob o plexo e o nexo chove sobre mim
Escorrega a vida sobre um tobogã de ilusão sem fim
E eu fecho os olhos pra me proteger do que eu já nem sei
Meço os laços, cubro os braços pra me proteger
E atentei ao sinal do amor
Quem similou não quer me devorar
Madrugou
Corpo se esvai
Todos os meus medos no escuro já fizeram lar
Previsão do réptil, animal de profunda emoção
Que vai pela sombra e descobre se isso tudo é real
Sono solar que me fez levitar
Sempre mostrou que o futuro já vem desbravar
E não vai voltar