Sul de Minas
Moro em casa de barro
Sob luz de lamparina
Durmo em colchão de palha
Com travesseiro de crina
Bebo água da nascente
Que vem purinha da mina
O meu café da manhã
Não tem pão com margarina
Minha comida é caseira
Muito rica em proteína
Levanto de manhã cedo
E calço minha botina
Pego o caminho da roça
Deixo o rancho da colina
Vou ouvindo a passarada
Cantar na verde campina
As águas da cachoeira
Na queda forma neblina
Parece uma nuvem branca
Caindo uma chuva fina
O Sol se esconde na serra
Trazendo a negra cortina
Antes que a noite apareça
Minha jornada termina
A Lua bela e risonha
Com sua luz matutina
Surge por traz da montanha
Minha choupana ilumina
Eu chego e caio nos braços
Da minha linda menina
Não é por eu ser caipira
Que a timidez me domina
Apenas sou educado
Pois a boa vida ensina
Sei entrar em ambientes
Onde tem gente grã-fina
Não vou além da fronteira
Sem conhecer a rotina
Ninguém me chama atenção
Por falta de disciplina
Eu não tenho preconceito
Minha mente é cristalina
De Deus nosso pai eterno
Tenho a proteção divina
A vida que estou levando
O meu estilo combina
Não vou dizer que a roça
Seja um negócio da China
Mas eu vivo sossegado
Aqui no meu sul de Minas