Falso Pai de Santo / Rabo de Saia
Não vou me embora
Nem que meu patrão me mande
Só depois da hora grande
Eu vou subir!
Dizia o moço vestido de branco
Se dizendo pai de santo
No terreiro do seu Tiriri
No terreiro do seu Tiriri
Se errar o coro come
Tiriri levou o homem
Lá pro fundo do quintal
Apanhou uma garrafa de marafo
Misturou com azeite de dendê
Um pedaço de fumo e pimenta
Botou na panela pra ferver
E mandou o crioulo ajoelhar
E beber tudo aquilo de uma vez
Disse: Nego, tu vai me pagar
A vergonha que me fez!
Tiriri deu gargalhada
Olhou pro clarão da Lua e disse
Moleque, tu vai aprender
Respeitar povo de rua!
Quem quiser rabo-de-saia
Vai buscar noutro lugar
No terreiro da Vovó
Esse nego não vai se criar
Quando uma moça balança
O nego avança e vai segurar
Mas se for perna-de-calça
Ele nem sai do lugar
Vovó só tá espiando
Esse nego aproveitador
Qualquer dia
Ele toma um surreiro
E sai do terreiro
Naquela de horror
Vovó veio do cativeiro
Pra fazer a caridade -
Mas não quer filho-de-terra
Abusando da sua bondade
Ela é da Bahia
Ela é feiticeira
Já vence a demanda
Respeitada na mesa de umbanda
E em todo lugar
Vovó falou que vai dar um coro
Nesse fim-de-feira
Eu só sei que, de qualquer maneira
Esse nego vai ter que pagar
Ele tem que pagar
Esse nego vai ter que pagar
Ele tem que pagar
Esse nego vai ter que pagar