Vicio rebelde

Na madrugada, com a lata entocada, eu vou charpi
Já escoltei várias marquises, para subir
GMC do Cachambi é das antigas e representa a minha área
Entrei no charpi, na década de 80
Que enfrenta o desafio em todo o Rio de Janeiro
Eu fico bolado quando tiram a vida de um parceiro
Eterno Caixa V. R já tá no céu
Botava nome do Tom, Somazelo, Sbizzy e Kel
Um preto fosco, birro grosso, birro fino
Centro, Engenho de Dentro hoje esse é o meu destino
Na minha veia, troquei o sangue por tatin
Kamikazes da pinchação, bonde do acolorgin
Artista da cultura proibida, vida bandida
Arte satânica dos vândalos, esquadrão suicída
Avenida Suburbana, Copacabana, Baixada
Qualquer lugar que você vá tem parede pinchada
De escada eu invado a linha do trem
Portão enferrujado, pedra, tintão também
Destruidores do visual, amante do rabisco, fazendo risco ao mesmo tempo correndo risco
Pelas ruas da cidade, em qualquer localidade, sempre na atividade
Quando a gente invade uma casa, sobe na grade, para pinchar
Red Bull não te dá asas, para voar
Então tenho que escalar, pegar em cima da janela do último andar
Qual frase vou botar
Alucinados terroristas são filhos da rebeldia
Vicio rebelde, os foras da lei são Piu e Ria
Quinta-feira é dia de reú em Madureira, máfia do spray toda reunida
Enquanto isso você cheira tinta, pinta os muros, enfrenta cialipo
Vicio arriscado só pra quem é pinchador
Pinchadores não param, permanecem na ativa
Selvagens urbanos mantém nossa obra-prima viva

O vicio é rebelde em todo lugar do Rio
Quem é V. R sabe o que é o desafio
Artista da rua, fugindo da viatura
Gostamos de altura, essa é a nossa aventura

Tô de rolé a pé com lata de tje pra charpi romu em Bangu cialipo, jousu
Começa a fuga na madruga, faz parte da diversão, tem que ter disposição, cada marquise é uma

Missão
Vai rola a invasão, vou tacar vários nomes, no eterno não some, mas cuidado com os homens
Não de 2006, vários malucos presentes
O Caixa infelizmente, não está mais com a gente
Terrorista da cidade, vários nomes eu cito: Duda, Zela e Jax, soma Manéqui e Nito
Representando as minas tem minha parceira Kel
Fecha junto com geral, Seck, Kim, Mah, Suzy e Ceú
Verdadeira união da pinchação, Tom Sazi, Pegi, Quik, em memória Huck e Furacão
Profissão perigo, gostamos dela
Em cinco minutos eu tô em cima da sua janela
F#da-se o porteiro do prédio
F#da-se o segurança
A gente pincha no alto onde ninguém alcança
Eu passo fome, passo sede, mas uma coisa eu sei
Na minha casa falta tudo, menos spray

Porque o vicio é rebelde em todo lugar do Rio
Quem é V. R sabe, o que é o desafio
Artista da rua, fugindo da viatura
Gostamos de altura, essa é a nossa aventura

Tá vendo Leonel, a parada é essa
Vou mandar um free pra geral do charpi
Então se ligue aí
O rabisco virou risco, mas nesa vida eu insisto
O que antes era diversão pra mim agora virou vicio
Andando no dia a dia escoltando sempre a pista
Olhares sempre atentos à procura de pastilha
Pinchadores não param, permanecem na ativa
Cenário urbano mantém nossa obra-prima viva
Me apresento, Kel, na arte sempre representando as minas

Eu pincho de escada, ou então vou na escalada na calada da noite eu vou varando a madrugada
Pinchando a sua parede pintada, não quero nem saber
O vicio é rebelde, só pra você não esquecer
Correr o risco de morrer e ser preso é normal
Aprendi a charpi, no Cachambi eu sou local
É a galera maldita que habita na pista, alpinista, indo pro Alto da Boa Vista
Vou comprar lata, no Jacaré a tinta tá barata
Cinco preto fosco, uma verde e duas pratas pra ficar bonito
Por isso que a gente pincha
Escala prédio alto que nem uma lagartixa
Brincando de home-aranha, o charpi é cultura
Enlouquecidos somos atraídos pela altura
Cuidado com a viatura pra você não tomar esculacho
Coloco nome até de cabeça pra baixo
Em cima do telhado, aproveitando e pego também o prédio do lado na sequência, eu pincho sua

Residência
Em Sepetiba, Pedras de Guaratiba, Paciência
Santa Cruz, Oswaldo Cruz, Abolição
Aqui só tem fanáticos pela pinchação
É com a lata na mão que eu mostro meu serviço
É tipo cabal quando tudo se resume a isso
É compromisso, ou é viagem?
Eu pincho o seu muro, eu pincho o portão da sua garagem
Maior sacanagem, com o dono da saca gemnacasa é caguetar e eu rodar
Mas uma vez, tô na delegacia
Isso que dá, me viciar na rebeldia
Não faço apologiaa pinchação, é liberdade de expressão
Porque não é pra qualquer um, tem que ter disposição
Essa parada é f#da, não é moda
Se você der mole roda
Pros canas ou pro segurança
Eu vou pro Sílvio Santos, pincho a porta da esperança
E compro outra acolorgin pra pinchar o muro de Berlim, ou a muralha da China, se tiver

Branquinho
Porque eu pincho sim, e vou vivendo
Tem gente que não pincha e tá morrendo
Pode ser em Búzios, Rio das Ostras, Macaé ou Cabo
O vicio é rebelde em todo lugar do Rio

Escalamos edifícios que tem mais de dez andares
Deixamos nossa marca em todos os lugares
Madureira, Cascadura, Pilares, Andaraí e São João de Meriti, Cachambi, Catumbi, Acarí

Estacio, Olaria, Penha, Grajaú, Campo Grande, Engenho Novo, Meier, Tijuca, Bangu, Água

Santa, Irajá, Jacarepaguá, Pavuna, Piedade, Engenho de Dentro, Glória, Lapa, Centro da

Cidade, Laranjeiras, Botafogo, Copacabana, Flamengo, Ilha do Governador, São Cristóvão

Realengo, Abolição, Inhaúma, Marechal, Bento Ribeiro, Niterói, São Gonçalo e todo o Rio de

Janeiro
Eu sou arteiro, não me confunda com artista
Não tô em capa de revista, eu tô na pista
A organização é terrorista, pinchadores de elite
É a nação, é a colírios, cria no grafite
Arte alucinante, momentos de liberdade
Louca juventude maus elementos pela cidade inteira
De segunda a segunda-feira, não tem dia certo pra gente charpi
Não posso rodar, e o birro não pode entupir
Subi na sequimar, ssapa a tala quelemo
Jeho não vem cialipo, tá louco entrar pra pinchador
Gemnacasa do çaranguse
Que tougueca, pegou acolorgin pra tapin meu lobeca
Leco nema depo arpa de só larciva
A darapa é essa
Vou charpi sua saca
Tarbo em maci da sua laneja, que se dafo
Minha pi glasi é emeci sou do vopo
Xafai tapre do pirré o do marri cotitenau
Pau no c# de quem critica e de quem é policial
Quer saber aonde estive, contrate um detetive
Saudades do meu mano, acesse o endereço fotolog. Net/caixavive

Eu pincho o teu muro
Eu pincho o teu portão
Aqui só tem fanáticos pela pinchação
Pincho na primavera, no inverno, no outono e no verão
Aqui só tem fanáticos pela pinchação
O vicio é rebelde, fazemos rebelião
Aqui só tem fanáticos pela pinchação
Peidar para a policia?
Lógico que não
Aqui só tem fanáticos pela pinchação
Eu pincho o teu muro
Eu pincho o teu portão
Aqui só tem fanáticos pela pinchação
Pincho na primavera, no inverno, no outono e no verão
Aqui só tem fanáticos pela pinchação
O vicio é rebelde, fazemos rebelião
Aqui só tem fanáticos pela pinchação
Peidar para o policia?
Lógico que não
Aqui só tem fanáticos pela pinchação
Eu pincho o teu muro
Eu pincho o teu portão
Aqui só tem fanáticos pela pinchação
Pincho na primavera, no inverno, no outono e no verão

Coisa do passado é pensar no futuro
Coisa do presente é a Kel pinchando muro
Em cima da janela, ou do rodapé
A arte também faz parte

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