Autógrafo (part. Ugo Ludovico)
Bendita, Bendita é o fruto
Yeah, yeah, yeah, yeah, pra-pá-pá, ahn
Antes da prata no peito, eu penso no rango no prato
As criança no pranto e a luta do medo
A injustiça com os fraco, as droga no saco
A minoria e como a mídia retrata os largado no beco
A mãe solo e o choro do filho seco
O sistema, a algema no pulso do povo preto
Só no TikTok que é fácil a vida no gueto
O tico já tá com tique de tanto abusar do teco
Meu mano morreu com dois tiro no tronco
A mãe pronta pra ter um treco, o pai bêbado e tonto
O irmão dele vive só pra dar o troco
E o sistema diz que na quebra o vilão nasce pronto
No rap, os cara só fala da sua weed
Comer umas mina sweet, fazer uns verso suave
Se liga, ainda me preocupo com os moleque da city
Na mente suando só pra trocar com a SWAT, sacou?
Cê entendeu? Sim, Sid, isso aqui não é SimCity
Os pivete ainda pensa em suicídio
Pensa no que isso incide, nós morrendo inside
E um bocado abandonado em presídio
Quem sou eu pra comprar um Ford Bronco
Se os mano assalta na broca e os cana atira na bronca?
Só vou ostentar quando as coisa tiver pronta
Tirar os molequ' da bica e botar comida na boca
Artista hoje só escreve sobre boquete
Os pivete na área sem um tostão nesse pocket
Então para, pô, cat, maneira que pó não é confete
Já, já, cê bate a nave igual bolinha reto em raquete
Meu sonho é ver os mano voando alto igual rocket
Na mochila sem rock, hip-hop, o bolso bem fat
Valorizando o tempo com a família, estúdio só feat
Sem fight, uma casa pra coroa, estúdio num flat
Vejo MC que abre a boca e só sai tolete
Na letra é carente, nunca canta a verdade
Eu vejo artista que sobe no palco e usa colete
Mas quando desce pra pista, não prega a coletividade
Meu crescimento é tão evidente, eu vou pôr no gráfico
Sua mente é tão carente, só sai verso pornográfico
Seu tema é chato, eu nunca passo o primeiro parágrafo
Autodidata, eu mesmo escrevo, eu mesmo autografo