De Terno e Gravata
Se eu vivo aqui na cidade
Não é vaidade não é ilusão
Fui obrigado pelos meus estudos
A deixar as belezas lá do meu sertão
Eu me vejo diante do espelho
Com os olhos vermelhos
Começo a chorar
Estou dentro de um terno e gravata
Pra morrer só me falta a saudade apertar
Se eu me deito na cama não durmo
E fumando um cigarro começo a lembrar
Eu me vejo tocando o berrante
E a boiada contente a me acompanhar
Mas tudo isso não passa de um sonho
Na realidade é um sonho em vão
O meu pai só me aceita de volta
Se eu regressar com o diploma na mão
Meu velho pai não se preocupe
Tenha paciência, vou lhe entregar
O meu diploma em suas mãos
Somente para lhe agradar
Eu tenho pressa de chegar o dia
De pegar as malas e regressar
De dar adeus a minha faculdade
Embora a saudade me faça lembrar
Quero levar no peito a lembrança
Da república onde vivi
Quero voltar a rever os meus rios
Cascatas e serras onde eu nasci