Balada do Vietnan
De David Nasser e Moacyr Franco Ano de 1967
Soldado de chumbo, você onde vai?
Vai para a China caçar Mandarim?
Ou vai pro Japão pegar samurai?
Ou vai pra Amazônia criar bacuri?
Soldado de chumbo
Que ontem saiu da saia da mãe
Da casa do pai
Soldado sem ódio que canta Sinatra
Na noite escondida da longe Sumatra
Soldado de chumbo da alma de blue
Que ontem saiu da casa do pai
E hoje já vai conhecer Hong Kong
Tomar Cuba Libre, matar Vietcong
Soldado criança, feroz esperança
Que acaba, que morre, com um tiro na pança
Soldado de louça de olhos azuis
Presépio da morte, menino Jesus
Soldado pretinho, Pelé made in U.S.A
De alma tolinha, de pele cafuza
Soldado vaqueiro, que luta por quê
Na terra sedenta o adubo é você
Soldado que outrora Morria na praia
Mascando chiclete, cantando Bing Crosby
Soldado que agora peleja no escuro
Na terra sem dono, de sangue já duro
Soldado menino, soldado de louça
Soldado de nylon, soldado já velho
De tantos minutos, de tantos mil lutos
Em terras estranhas, você aonde vai?
Soldado carrega nos lábios canção
Nos olhos o medo, a morte na mão
Soldado de pano, fugiu do brinquedo
Pra morte mais cedo, em Paris, em Shangai
Que mata cantando e enterra chorando
Aquele soldado que tem outro pai
Soldado menino, que acaba num parque
Que escapa das balas que vem lá de Marte
Soldado sem nome, do jeito que vai
Quando é que ele volta pra casa do pai