A Volta de Chang-Lang
A falta de memória me botou
Numa situação precária
Eu entrei num restaurante chinês
Peguei um gordurame
Na intenção de pagar
Mas o chinês reconheceu-me
De uns tempos passados
Quando eu andava mal de vida
Na dita casa entrei
Peguei o gordurame
Sem ter os arames
Depois daquela triste refeição
Houve grande confusão
Rasteira e bofetão
Seu Chang-Lang
Cobre logo esta despesa
Se eu me zango
Viro em frege
Todo o estabelecimento
Transportei meu pensamento
A tempos idos
Surgiu um cenário antigo
Do que se passou comigo
Mas macaco velho
Não põe a mão em cumbuca
Escuta aqui, taca na nuca
Comigo é diferente
Quando eu me aborreço
É um caso sério
Quem tirar ondas comigo
Vai pro cemitério