Polifonia
m ! l l e r:
Calendário já de lado
Candelabro sem suporte
E minha parte no inferno, eu coloquei pra leiloar
Qual sua oferta?
Dou-lhe uma,
Vários querem o amplo lote
Linda terra oligotrofica, é melhor não se arriscar
Faço trocas, aceito olhos:
Sem pupilas, sem retina, visões falhas, semi cegos
Pois cansei de me enxergar
Jovem Werther toma posse
Escreve cartas em meu nome
Mas eu nego o suicídio
O universo já fará
O frio inóspito amamenta esse momento
Me desmonto a tempo da próxima montagem
O calendário marca 25 de dezembro
São 24 horas sem tirar a maquiagem
Bem na margem o bem faz média
Se enoja com as rédeas da inveja
Que vieram atrapalhar
E se vejo o que me inveja,
me desvio dessas flechas, olho abre mente fecha até voltar a caminhar
Se o caminho bifurcar
Eu me jogo à beira-mar
Mas se o caminho se manter
No horizonte o Por Quê
drvdvn:
estado letárgico na catalepsia
polifonia do grito silenciado
jogado para dentro dos quartos
a ermo onde o enfermo sofre de apneia
opino sobre os ópios que opto habitar
alambrados inoculós/árduos de se olhar
lembrados por bardos, basta escutar: a sinfonia do aláude.
tiro a nevoa que deixa tudo velado
o veu se rompe e posso ver o lado
de mim que seguia obducto
obscuro no escuro da ansia da cura
ruinas do meu quartos de ruidos
diluidos na agua do copo vazio
esse vazio transborda
e andar na borda
é equilibrar no fio (2x)
o frio percorre todo o corpo
quero correr mas me sinto morto
nesse percuso que sinto a nausea
e acuso a vinda como principal causa
tenho casos com esse acaso
efeito e causa causam efeitos
feitos de uma materia insodavel
singular mas não perfeito
pretexto é o texto como subterfugio
recluso nessas memorias do subsolo
a ouro sobre esse solo onix
a ouro sobre esse solo (2x)
a ouro sobre esse solo a sós