Canção da Rameira (Louca)
Oswaldo Montenegro
Clareira de capim queimado
Cheiro de coisa que ardeu
Resto de suor unido
Corpos abraçando o chão
Louca me mordendo a carne
Me trincando os dentes
Me roendo as forças
Me fazendo escravo
Do que eu mais possuo
O sol castigando
E eu desesperado
Te peço desculpas
Pelo corpo sujo
Pela mão barrenta
Com que te rasguei