Macho Rapina
Meu cavalo que veio de Minas
Por nome Rapina, fazenda Potreiro
Bem do centro de Minas Gerais
Que o Zé Capataz trouxe o potro ligeiro
Arranquei quatro nota de quina
E fez de propina pro peão mineiro
Eu levei pra cocheira este macho
Tirou o barbicacho e o pus freio maneiro
Quando eu monto no potro Rapina
Que eu dobro as esquina eu deixo saudade
Porque o macho é destino galante
Não pega quebrante é de fina bondade
É um gosto, é uma inclinação
Eu só tenho o que é bão, isso é coisa da idade
Neste mundo o que vale é o prazer
Eu gosto de ter o que é bão de verdade
Quando eu saio num dia de domingo
Montado no pingo que eu vou passeá
As morena lá da redondeza
Faço na certeza se apaixoná
No pescoço meu lenço riscado
De couro encarnado e camisa araçá
E também não esqueço meu pinho
Que vai bem juntinho pra me alegrá
Se um estranho montar no Colombo
O pulo e o tombo é coisa da hora
Como o rei que já tem o seu trono
Só aceita o dono, não aceita espora
Do Rapina já fiz o cartaz
Já falei demais, por isso vou embora
Me despeço dos amigos meus
Pois fiquem com Deus e Nossa Senhora