Olhos Estranhos
Os teus olhos são dos tais
Que só se encontra uma vez
Deus fez os teus, não fez mais
Por ver o perigo que fez
Têm a cor do ciúme
Tão estranhamente anilada
Lindos como a madrugada
Etéreos como o perfume
Suaves como o queixume
Da onda que se desfez
Levada pelas marés
Que à praia não volta mais
Os teus olhos são dos tais
Que só se encontra uma vez
Mas vê-los a vez primeira
É ver a luz meiga e crua
Da Lua, quando flutua
No azul do céu, altaneira
Da Lua, quando flutua
No azul do céu, altaneira
Teus olhos trazem cegueira
D’amor e de embriaguês
Será por isso, talvez
Que ao sabê-los tão fatais
Deus fez os teus, não fez mais
Por ver o perigo que fez
Deus fez os teus, não fez mais
Por ver o perigo que fez