De Igual Pra Igual
Para mostrar que sou taura, mescla de bugre povoeiro
Trago estampado na cara este jeito missioneiro
Por ter nascido cigarra eu canto agosto e janeiro
Pois pra quem toca guitarra não falta pão nem braseiro
Não vejo desigualdade, pra mim não tem maioral
Pois onde o povo me aplaude canto de igual pra igual
Não maior que os pequenos, nem menor que os grandes
Eu sou assim mais ou menos em qualquer lugar que ande
Conservo o mesmo critério para o humilde e para o nobre
Mas se me tiram do serio não tem quem me dobre
A força ninguém me dobre, foi Deus quem me fez assim
Pois quando o mundo me cobre pago tim-por-tim
Se a vida numa manobra passa por cima de mim
É do pedaço que sobra que eu recomeço do fim