Fábulas de Carreiro
Ai eu botei meus boi na canga e carreguei meu carretão
Ai era ainda noite cerrada já eu estava no espigão
Ai era eu e o boi maiado empareiado ao boi marrão
Ai só nós três na madrugada cortando estrada, escuridão
Ai uma estrela se desgarrou ai
E fulminou meu carretão
Minha pareia se abalou ai
E se matou no ribeirão
Lá uê, uê, uê, meu boi maiado ai
Lá uê, uê, uê, meu boi marrão
Ai quando lembro choro abafado ai
E quando canto é de paixão
Ai a saudade não é brinquedo
Quando se apossa de um coração
Ai eu às vezes me acordo cedo
Me estremeço na solidão
Ai minha aparenta minha pareia
Puxando o carro no chapadão
Ai era assim desde menino
Mas o destino me fez traição