Chibata
Um baque seco
A porta se fechou
Seus olhos se abrem
Você voltou
O ar denso e quente, o cheiro de queimado
A dor de respirar, a mente atordoada
Você acorda ofegante, esfrega o rosto em vão
Permanece o pesadelo - que não acaba mais
No seu olhar, o desejo de não ver
A cena degradante que envolve o seu ser
Você percebe que não poderá escapar
O duro preço da coerência
Um jogo sádico
Um ritual cruel
O esforço de resistir
Recusar a se entregar
A grandeza e a miséria da condição humana
Chutes e socos, choques constantes
Seu sangue escorre, a força se esvai
Amarrado e nú você aguarda
O fim do sofrimento
Mas o veredicto já foi dado
Mais um cadáver não enterrado
Agora já não importa mais
Lutar ou se render
Fruto amargo da repressão
Arrancaram o seu espírito
Te tornaram um corpo vazio
Uma herança de constante horror
O vício do medo adquirido
Homems meio-homems não-homem