Onde há fumaça, há fogo

Juninho / Paulo Ricardo

A verdade é o que parece ser, é como você vê, a realidade é diferente dependendo de você, os olhos, ouvidos, eu vejo, eu ouço, eu duvido, divido o cérebro em dois hemisférios, o médico e o monstro, é sério, tem coisas que eu sinto que eu não demonstro, que eu não te mostro, eu escondo, eu me desespero, eu não quero, mas tudo passa, calma…
Onde há fumaça, há fogo na alma, nas veias, o coração bombeia e pulsa e me incendeia, agora é meia noite e meia e nada, ninguém, nem um sinal, ninguém ligou, tudo normal, tudo igual

A lua mórbida, os olhos em suas órbitas
Descrevendo arcos, o álcool, o barco bêbado que Rimbaud atracou em meu porto, meu quarto, meu corpo, minha corrente sanguinea

Onde há fumaça, há fogo
Onde há fumaça, há fogo

A vida é mesmo assim
Quando você precisou de mim
Eu não estava aqui
Nem aí, eu não estava

Onde há fumaça, há fogo
Onde há fumaça, há fogo

O assunto me foge à memória, que história é essa? Sem essa, aranha, perdi o fio da meada, a teia, a web, perdido na Internet, que nada, coisa mais feia, a madrugada ateia fogo em meu e-mail, são quase cinco e meia e o tempo passa sem pressa, sem graça, sem nada, não sei de nada, eu não me lembro, depois do onze de setembro a coisa ficou pesada

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