Trança de Três (Um Romance de Tranças)
Moreninha, esse meu laço
Eu trancei quando guri
Quatro tentos de fumaça
Três mandingas com cachaça
E um banho de juquiri
Morena, morena
A poucos dias
Lá no passo do rincão
Desatei meu quatro tentos
Pra enlaçar um boi fujão
Entrou mal, entrou mal
De meia espalda
E quando a trança espichou
Se partiu bem pelo meio
Pelo golpe que levou
O meu laço era bem forte
Nem sei como se partiu
Tirãozinho de cambeta
Muitas vez ele sentiu
Mas talvez a mala suerte
Hoje prendeu o tirão
E fez o seio do laço
Voltar de arrasto no chão
Vinha descrente da trança
Mas me topei com o assombro
Quando te vi na cancela
De trança negra no ombro
Neste dia, vi que a trança mais forte não é a de couro
E sim tu prensa de pelo, que costeou esse índio touro
Morena, morena
Hoje mais cedo
Eu cruzei no teu ranchinho
E tu estavas na cancela
Com a trança de carinho
Atirou, atirou
Meio sem jeito
Por supuesto, como deu
E na outra ponta da trança
Por buena suerte ia eu
Cerrou de fundo de armada
Parou de ponta por gosto
Foi quando eu virei de volta
Olhando melhor teu rosto
Nem precisou fazer força
Teu cinchador de mi ninhos
Pois o lume dos teus olhos
Já me fez tranquear, sozinho
Agora eu fiquei pensando
Que trança forte tu fez
Que não tem de mala suerte
Nem remalha de repente
Essa tua trança de três