Bailanta Galponeira

João Alberto Pretto

Quando se enfeza, uma bailanta galponeira
a alma campeira vem corcovendo na frente
e a gauchada no traquejo pede espaço
porque é no braço que se planta esta semente
chinas bonitas vão sardiando na sala
nada se iguala ao rodado de chita
o "macheiro" se cutuca e se belisca
mas sempre arrisca quando seu peito palapita

E segue na noite na embalo da vaneira
não tem porteira pra coração bem campeiro
vai trejeito do balanço da morena
pra ser serena e aurora de candieiro

A gaita "veía" pega a noite pela mão
e no galpão segue levantando poera
quando resseca a garganta do vivente
a "branca" quenta vai empurrando a tranqueira
é meu Ro Grande atracadito num surungo
num fim de mundo batendo um só coração
e nesse timbre secular nosso gaúcho
"guenta" o repuxo cabresteando a tradição

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