Síndrome De Estocolmo

Me privaste de te cumprimentar
Calaste meu senil discursar
Cabisbaixo, tentei calado engolir
o fim.
Mas o feito, na garganta entalou.
Meu peito, indignou-se e bradou:
só descansa ao qu'eu te obrigue à trair-
te à mim.

Vou
te sequestrar e te prender
num cativeiro de amor
e só te libertar ao ver,
gostares deste abdutor
cansado de sofrer
e de esperar o teu clamor

Eu amarro teus braços, teus frágeis pés,
te agarro. Os olhos teus ao revés
de tanta devassidão com que eu vou
te amar.
Vais ceder-te aos lapsos da fricção
E o flerte, faz plena a convicção
Que os teus orgasmos não devem jamais
cessar

Tu
desfrutas sem te arrepender
do nosso cárcere de amor
não lutas p'ra livrar-te, vês
que gostas deste abdutor
qual já te faz tremer
e adora ver o teu fervor

Ao passo que tua mãe descabelar-se
em prantos, comigo vais tu estar
Gozand'os mais libertinos dese-
jos meus.
O pecado, termina em abençoar
Culpad'eu fui, mas findaste a gostar
E enquanto da lei me escondo tu queres
comigo te casar.

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