Literatura da Favela

Alessandro Barbosa Da Silva

Periferia só acorda com barulho de sirene,
Pela fresta da janela, zé povinho está contente.
Se anima com a notícia que um fulano morreu,
Só porque o cara pá, tinha um carro melhor que o seu.
Se fodeu, a vida continua igual,
Seu único alimento é bolacha água e sal.

O menino no farol ainda pede esmola,
Se o trocado não vier, ele ameaça com a pistola.
De 100 por cento de sorte, 99 é morte,
Os fracos não tem vez, só sobrevivem os fortes.
Latrocínio, homicídio, é um mal que aqui se fez,
Lá no beco, logo cedo, uma par de chinês.

Tô de rolê na quebrada, as patricinha se acha,
E os malandro se racha quando a viatura passa.
Não pega nada, aqui não arruma nada,
Revista e não registra, sem b.o nem enquadra.
Sou mente criminal roubando a atenção,
Favela agora é moda no jornal, televisão.

E o ator ganha um oscar pela encenação,
Quero ver vida real, neguin pagar de ladrão
Pode me chamar de louco, isso é pouco, vai por mim,
Só se esqueceram que van gogh era chamado assim
Não confio na minha sombra, quem dirá em alguém,
Se Jesus foi confiar e judas o traiu também
O clima é tenso, uma guerra,
Nessa selva de pedra, pago os pecados na terra
E nesse filme de terror, stephen king não escreveu,
O demônio opressor de mussolini reviveu.

Reencarnou no presidente que abusa do poder,
Vietnã, depois iraque, quantos mais irão morrer?
Interesse político segue a sina do massacre,
Assim com a miséria que avassala no acre
Então, esse é o impasse, holocausto urbano,
Traficante cobra a fita e o gambé passa um pano
Heresias atuais, é o falso marginal,
Inserindo um novo vírus no convívio social
A nossa juventude está rumo a decadência,
Iludida pelo crime, incentivando a violência

Motivando as aparências, roubando a inocência,
Brasil, glórias mil, só restou condolências
Tá ligado no que eu digo, eu conheço o inimigo,
Vai levando os meus manos nessa profissão perigo
O sistema quis assim, ninguém vai se importar,
Pois eu sei que o pior cego é o que não quer enxergar
Nos deram ódio pra roubar e drogas pra vender,
Nos deram armas pra matar e motivos pra morrer
Não posso mais sorrir, mentir na oração,
Se o desejo é de glória, sem pensar no seu irmão.

Isso corrói o coração, envenena a mente,
Abala seu emocional e o seu subconsciente
Ver toda essa gente e ninguém te compreende,
O tempo passa voando e tudo muda de repente
Essa ideia é quente, é a fita, o papo certo,
O brown disse, assimilei, nem sempre é bom ser esperto
Estou preso à tudo aquilo que você mais odeia,
Cemitério, caixão, 2 por 2 na cadeia.

Abraçando mente fraca igual na santa ceia,
É pânico na pista e o dp incendeia
Na madruga, lua cheia, o mal está na espreita,
Na fissura até os ossos é só tiro de escopeta
Procuro e não encontro, mas batalho igual o chris,
Corro atrás do meu futuro, vou atrás de ser feliz
Só que essa liberdade exige sacrifício,
Ao ver toda a humanidade jogando a vida no lixo.

Wissenswertes über das Lied Literatura da Favela von Rappek

Wann wurde das Lied “Literatura da Favela” von Rappek veröffentlicht?
Das Lied Literatura da Favela wurde im Jahr 2012, auf dem Album “Literatura da Favela” veröffentlicht.
Wer hat das Lied “Literatura da Favela” von Rappek komponiert?
Das Lied “Literatura da Favela” von Rappek wurde von Alessandro Barbosa Da Silva komponiert.

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