Homem Sem Rumo

Lourival dos Santos / Serrinha

Eu longe da minha terra
Distante do povo meu
Pra lá eu não volto mais
Minha esperança morreu

A vida está me ralando
Tirando o que não me deu
Minha sorte foi madrasta
O mundo só me bateu

E quando chega o Natal
Dia em que Jesus nasceu
Lá em casa todos reúnem
Só fica faltando eu

Não posso mandar dizer
O que me aconteceu
Ai, ai

Estou vendo aquela casa
Papai e mamãe é quem mora
Vejo o meu amor primeiro
Na certa outro namora

E mamãe ajoelhada
Aos pés de Nossa Senhora
Rezando e pedindo sorte
Pro filho que mais adora

Meu coração está roxo
Está parecendo amora
Não é falta de suspiro
Eu suspiro toda hora

Mãezinha quanta saudade
Eu distante da senhora
Ai, ai

Derrubei matas e matas
Fiz lavoura de café
Quando a sorte me sorriu
Na vida dei marcha ré

A malvada da geada
Destruiu a minha fé
Tornei-me um homem sem rumo
Remando contra a maré

Vou indo ao rumo do nada
Veja a sorte como é
Sorrindo eu peço desculpa
Pra quem pisar no meu pé

Pra quem já vive pisado
Seja lá o que Deus quiser
Ai, ai

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