Ponto Final
César Lacerda
Uma luz azul perfura o breu
São seus olhos já insones de manhã
A neblina fria do Leblon
O silêncio da passista no Boréu
Rio de Janeiro redentor
Nenhum Cristo poderia nos salvar
E a onda quebra igual
Na coluna social
Pôr do sol no Vidigal
Malabares no sinal
Na vitrine, no jornal
O problema racial
E ninguém descansa desse carnaval
Seis da tarde e o céu finge dormir
Só nós dois imaginamos um final
Gávea, Guadalupe e Acari
O relógio da Central é um tamborim
Rio de Janeiro redentor
Nenhum Cristo poderia nos salvar
E a onda quebra igual
Na coluna social
Pôr do sol no Vidigal
Malabares no sinal
Na vitrine, no jornal
O problema racial
E ninguém descansa desse carnaval