Séquito

Vinicius Ribeiro

Houve um dia, eu quis uma coleção
Parei o país sem a permissão
De nenhum ator, de nenhuma atriz
Liguei o motor, forcei a matriz
Sem qualquer pudor, larguei direção
Não senti nem dor, fui ao coração
Me senti maior, fugi da raiz
O que houve, então?
Houve um perdedor


Hoje caminho entre os mortos e fantasmas
E danço com espíritos meus


Nunca houve um dia em que eu não tentasse
Eu não saberia, nem que adivinhasse
Como então fazer? Quanto arriscar?
Comecei a ter que me desdobrar


Hoje caminho entre os mortos e fantasmas
E danço com espíritos meus


Estamos sempre assim
A representar
Sempre a repetir
O mesmo papel
Como fez o primeiro
Que um dia questionou
E quis se libertar
Dentro da previsão
E trouxe um bando atrás
Nunca mais parou
Recebeu a cor
Da culpa e da perdição
Caindo do céu
Pra dentro do chão
Caindo do céu
Pra dentro do chão


Onde está o jardim
Que um dia ouvi falar
Será que passou e não vai
Mais voltar
Quando o filho pisou neste chão
Não foi por mim
Nem por você
Provou ser por todos
Sem exceção
Não há um sequer
Que não precise de perdão
Não há um sequer
Que não precise de perdão


Houve um dia, eu quis uma coleção
Parei o país sem a permissão
De nenhum ator, de nenhuma atriz
Liguei o motor, forcei a matriz
Sem qualquer pudor, larguei direção
Não senti nem dor, fui ao coração
Me senti maior, fugi da raiz
O que houve, então?
Houve um perdedor


Hoje caminho entre os mortos e fantasmas
E danço com espíritos meus


Estamos sempre assim
A representar
Sempre a repetir
O mesmo papel
Como fez o primeiro
Que um dia questionou
E quis se libertar
Dentro da previsão
E trouxe um bando atrás
Nunca mais parou
Recebeu a cor
Da culpa e da perdição
Caindo do céu
Pra dentro do chão
Caindo do céu
Pra dentro do chão

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