Monólogo

Glauber Rocha, Sérgio Ricardo

- Aquela paz a gente só encontra na morte, no céu cercado de anjo
- Me escuta, Cristino, quem morre acaba. Foi Antonio mesmo que mandou lhe dizer que a sua cabeça ia rolar no chão
- Meu "padin" Padre Cícero fechou tudo isso aqui. Espero Antônio das Morte, quero me topá com ele de homem pra homem, de Deus pra Diabo. É o Capitão Corisco enfrantado o Dragão da riqueza. Se eu morrer nasce outro que nunca pode morrer, São Jorge, santo do povo
- Eu morro pelo senhô capitão. É tudo a mesma coisa, Sebastião e Virgulino...
- Quer saber de uma coisa, aquele beato não valia nada
- Não blasfema, meu capitão, não blasfema!
- Meu padin era maior que o seu Lampião
- Não mistura Sebastião com Virgulino, não mistura senão eu lhe mato
- Se o senho tem algo maior a dizer pode contar que não tenho medo
- A gente saiu derrotado do raso da catarina, eu trazia Virgulino nas costa. Ezequiel, Lili, Antônio, seus irmãos morreram, Virgulino, de sua raça só tem você vivo
- Os menino tão sozinho com a alma penando, quebrei tudo e não nasceu nada
- Nem vai nascer, depois de matar a gente se mata. A paz só existe na morte. Duvido de morte, Cristino, duvido de morte, Cristino. Aí cortamo o dia e a noite, quando de longe apareceu Sebastião, sozinho e com fome, tinha deixado os pai no Ceará e fazia a mesma penitência de nosso senhor Jesus Cristo. Meteu a mão na frente e foi dá socorro à Lampião, cuidava da ferida e mandou Virgulino deixá o cangaço pra não morrer. Virgulino não teve medo e invocou o padinho padre cicero. SAbe o que Sebastião respondeu? Que padinho cicero é inimigo de Deus, que Deus era ele e ai quis tirar as arma de Lampião e botá uma cruz no lugar. Te arrespeita santo safado. Lampião bateu, cuspiu, chutou a cara dele. Homem nessa terra só tem validade quando pega nas armas pra mudar o destino. Não é com rosário não, satanás, é no rifle, no punhal. Tenho medo de viver sonhando com a luz de bala que joguei em cima do ponto ruim, tenho medo do inferno e das alma penada que cortei com meu punhal, tenho medo de ficar triste e sozinho com meu gado berrando pro sol. Tenho medo, Cristino, tenho medo da escuridão da morte

Wissenswertes über das Lied Monólogo von Sérgio Ricardo

Wann wurde das Lied “Monólogo” von Sérgio Ricardo veröffentlicht?
Das Lied Monólogo wurde im Jahr 1964, auf dem Album “Deus e o Diabo na Terra do Sol” veröffentlicht.
Wer hat das Lied “Monólogo” von Sérgio Ricardo komponiert?
Das Lied “Monólogo” von Sérgio Ricardo wurde von Glauber Rocha, Sérgio Ricardo komponiert.

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