Espelho Inverso de Narciso
Bruno de Assis / Silvestre Kuhlmann
Fecho os olhos e no espelho inverso de narciso
No lago da memória, a face em desalinho
O meu ser, o avesso do bonito
Horrendo se encontra, sujo e fugitivo
De mim mesmo corro sem parar
A trilha das escolhas boas e as más
Flores e foices, glória e pó
Ganhos e perdas, traça-se o caminho
É nesse avesso que me visto
Busco alguém que possa completar
A imagem perfeita, frágil espelho
Daquele rosto que um dia eu quero olhar
Misteriosamente fundir-me com o amado
Ser um com alguém que tanto busco, sem tino
Ver tua beleza habitando em mim
Naquele cujo eu e você, o infinito
O encontro se fez