Não Julgueis
Olha de frente o aço desse espelho
Que é que vês? Um monstro? Um espantalho?
Se não consegues ver-te assim, tão falho
Como ousas aos outros dar conselho?
Por que marcar com teu pincel vermelho
O erro do irmão e, logo, erguendo o malho
Dar folga ao Tentador em seu trabalho
Ditando normas e agitando o relho?
Assim como julgamos, nós seremos
Julgados pelos erros que fizemos
Vergonhosos, olhando para o chão
Ninguém se julgue um santo no seu gesso
Pois Deus nos amassou, desde o começo
Do mesmo barro do primeiro Adão!