Olhar, Voz, Semblante
Silvestre Kuhlmann / Wolô
Num mundo enquadrado e imposto
De máscaras mil de disfarce
É tão precioso encontrar-se
O olhar transparente num rosto
Em tempos de digo, não digo
De fala ensaiada e vazia
É doce escutar a poesia
De lábios honestos e amigos
Num clima de gestos tão duros
Distantes, mesquinhos, pequenos
É terno um semblante sereno
Que vem de um espírito puro
Que tal desejar doravante
A luz de um olhar transparente
E a voz que expressa o que sente
Num insofismável semblante?