Soneto 1º
Silvestre Kuhlmann
Se tu pensas que sou sempre bom moço
E que minhas palavras são poesia
Minha fala indigesta dá azia
Sou pior do que carne de pescoço
E se passa um pouco a hora do almoço
Eu reclamo demais, em demasia
E se a alcatra não estiver macia
E mais dura de roer do que um osso
Tu verás o que é ser um cara chato
Um angu de caroço, um bicho bravo
Que não vale a comida do seu prato
Mas versos lindos faço feito Olavo!
Se na vida eu sou sempre ingrato
Qual Pilatos, as minhas mãos eu lavo