Ventania
Antonio Carlos Santini / Silvestre Kuhlmann
Um Vento vem soprar contra meu muro
É vento bravo, feito tempestade
Revolve tudo, meu espaço invade
E abate o que eu julgava tão seguro
O Vento vem varrer meu ser impuro
Agita o meu jardim, derruba a grade
Sem mesmo consultar minha vontade
Em remoinhos no meu canto escuro
E tudo parecia bem disposto
Segundo a preferência do meu gosto
Na terra firme do meu bem-estar!
E agora – sem paredes, sem janelas –
Posso entrar no meu barco, alçar as velas
E, livre, no oceano navegar