Sem Essas Nunca Nessas
[Sombra & Bastardo]
Todo dia é dia, dia de periferia
Pode crer, isto eu vi ontem na TV (é na TV)
Mano, sem essas nunca nessas, preste atenção
E verás de fato o que acontece
Muitos preocupados, outros numa boa
Pobre, mal informado pagar comédia à toa (à toa)
Cinco minutos de fama na telinha
O assunto é que uma mulher roubou marido da vizinha
Atenção, atenção para o nosso sinal, vai começar o nosso telejornal
Ibope é o desemprego, a queda da moeda é real
São destaque nas manchetes principais
Segunda-feira, terça, quarta, quinta e sexta
O povo brasileiro sobrevive as problemáticas
Nascem na crise, morrem na crise, sobrevivendo a Deus dará
Proteção, iluminem seus caminhos, abençoe os seus filhos
O povo reza, o povo ora e pede glória (glória)
Mas se esquecem do faça que eu te ajudarei
Só queremos nos expressar (ahá)
Por isso hip hop vai em frente e não para
Manipulações vão acontecendo
Tornando nossos adolescentes em jovens delinquentes
Hora de parar pra assistir a programação
Crianças esquecem o dever de casa, ligam a televisão
O moleque de 6 anos pulou do décimo andar
Pensou que era Superman, queria voar
Consequência do que assistiu na programação
Um homem com sunga, capa, tipo bonitão
Sombra, eu vi o Jaspion, vi o Jiraiya
Vou pedir pra minha mãe uma espada ela comprar
Trocam nossa cultura por uma cultura enlatada
Mutantes e monstros lutando com espada
Fabricam a violência gratuita quando o mocinho mata o vilão
E na sequência da um beijo na mocinha
Pregam a paz com requinte demais
Na visão popular, incapaz
Brinde na tela da televisão
Terminou o filme, acabou a diversão
Sombra, as letrinhas já estão subindo
A seguir cenas da nossa próxima atração
Horário eleitoral gratuito novamente
Como podem políticos de outras eleição que prometeram
Mas não cumpriram com a palavra (é só xaveco)
Verde, amarelo, azul e branco ordem e progresso
Palavras que usamos como representação de um totem
De um símbolo, onde pessoas protestam, revindicam
E outros mesmo ficam somente submissos
Estilo aquele som pra vagabundo nenhum botar defeito
Eri Qi, Enéas, Armagedom daquele jeito
[Eri Qi]
Na mídia só tem louco pra foder vida dos outros
Tudo santo do pau oco do lado oposto do som nervoso
Incomoda aquele sonso do programa de domingo
Exploram as minas, ilude as tias
Tiram sarro do seu filho, que não completa o biotipo para ser modelinho
Um metro e noventa, sem inteligência, loirinho, viadinho
Protótipo visto para estrela de comercial
Fatos e fotos, caras e bocas: Delírio nacional
Tu és vitima fatal, não acredite em falsas propaganda
Não presta novelinha brasileira nem a mexicana
[Enézimo]
Vem e nos engana o filme nacional que não tem proceder
Não fala da rua, não apresenta cultura, é só pra inglês ver
TV, Cine Privê, sacanagem que não é de leve
Meu cérebro ferve, mas a inteligencia aqui prossegue
Imagem que fede, invadem sua casa, não passa nada
Roupas, Caras, fofocaiadas, programação copiada
Analisada as marmeladas: Pior que torta na cara
Pode dar em doido, ideia acertada, aqui ninguém falha
Quando a coisa tá errada tem que ser falada
Então se liga (somos nos a justiça)
Armagedon, a denúncia é nossa vida
[Sombra]
Você aí parado com ideias de televisão
Mas, hum, que alienação
Os dois melhores craques do Brasil fazem o gol
E seu salário continua o mesmo
É chega de bobeira, chega de besteira, de alienação
A sigla, a sigla em uma introdução
SNJ, Somos Nós a Justiça
Hip hop, rap futurista