Episódio
[Verso 1]
Quando eu era novo
Pensava ser o sortudo
Sim falo de miúdo
Spliff era cabeludo
Trinta paus
Deu-me o forreta
Penso eu numa faceta
Que 'tá pronta
P'ra injetar soro alcoólico
Nada lógico
Mas ninguém naquela idade
Pensa que na esquina pode estar o óbito
E lá vou eu ligar pro meu bacano que sinal me deu
Veio-me apanhar o mano deste episódio
Mesmo a propósito
Que eu não vou conduzir
O meu depósito
Sente a falta dum Whisky
Muita jarda desta malta cena mal sintonizada
Pode dar a personalidade dum viking
'Tamos dois lá dentro
Já bem sorridentes
Deu-se aquele momento
Que separa gente
Olhos postos numa gata que também tem cilindrada
Felicidade p'ra quem 'tá ao sabor do vento
Já tenho as minhas mãos na cintura dela
Eu posso avançar que não me nega
A sorte é que tenho de ver uma mensagem que... eeeh
Pera aí fodasse
O que se passou?
A cena mudou
Vejo uma mensagem, que alguém já o agarrou
Se eu apanho o mothafucka que se mete com o meu bro
Não tenho nem uma faca mas a guerra começou
Fico em modo Hulk aaah
Vou embora buscar
O que se pode usar
P'ra tentar magoar quem magoou
Saí do club, alguém contou
Subi a rua e vi um grupo e quem testemunhou
Disse que eu fui p'ra cima da sentença mas até safei
Eram três e duas marquesas e eu sozinho dois limpei
O terceiro com certeza era fácil
Agarrei-me ao pescoço desse sócio
A partir de agora só me lembro de
1 2 3 4 pontapés na cara
5 6 7 8 pontapés na cara
E como aquele que parece ser um animal com raiva
Experimentam como pedras da calçada
Cena sangrenta desenrolou
Eu apaguei e tudo o que eu sei alguém contou
Que eu fiquei desfigurado 'tou marcado e lá me vou
Transportado p'ra Cascais, hospital que não tratou
Fui examinado e negado p'ra curar
O cenário era grave e não tem como tratar
Então fui transferido e eu até 'tava a dormir
Isto eram cinco da manhã às cinco da tarde do dia seguinte
Eu acordo e vejo ali a cama que nunca tive
E é quando dou por mim e vejo algo esquisito
Fumo estranho a sair
Da conduta que faz frio
Já deu merda e eu aqui
Incêndio em São Francisco...
[Outro]
Tu colhes o que semeias
E há muito karma que pediste
E há muita semente boa que encarna em má raíz