Ressacas de Um Tarô
Anos passaram depois da sua indigestão
E os urubus ainda esperando a minha última oração
Qual a chave do seu problema?
Qual a conta da equação?
Com quantos versos se faz um poema
Pra registrar a sua confusão?
Entre as árvores e as frutas nos ares
Seus cachos castanhos querendo partir
Na dança das flores, esquilos, castores
O seu perfume a se despedir
De mim
Joguei um tarô pra descobrir
Porque da sua boca eu não entendi
Em um banco pra dois, um espaço vazio
E eternas saudades
O nascimento de um novo fantasma
Mataram o xerife da cidade
Um maratonista morrendo de asma
Seu nome em todos os cartazes
A sua imagem na esquina, nos bares
As nossas peles sem interagir
Olhos de coruja, me espere, não fuja
Escute os sonhos que eu reprimi
Enfim
Joguei um tarô pra descobrir
Porque da sua boca eu não entendi
Em um banco pra dois, um espaço vazio
E eternas saudades