Discrepância
Na farinha do sossego e do desprezo
Eu fui chamar um amigo meu para cantar
E sentir um certo ar de preocupança
Porque o milénio acabou de começar
Mais fique frio é o começo do século
E não adianta querer fugir meu irmão
Do caldeirão da alucinação
Do caldeirão da alucinação
Pira cabeça bate forte como o mundo
Tirando o coelho da cartola para salvar
É de joelhos que se reza para a planta do perpetuo o socorro da igreja do suma
No fim da tarde todas cores se confundem
E se perde de tanta confusão
A Lua chega um pouquinho antes da hora
E canta o mantra para o Sol também ficar
A noite, a noite, anoiteceu
É Lua cheia, rio vermelho, Sol na areia
É Lua cheia, rio vermelho, Sol na areia
É Lua cheia, rio vermelho, Sol na areia
É Lua cheia, rio vermelho, Sol na areia
Nas entrelinhas dessa noite delirante
Recebo disco da cabana do livreiro
Abduzidos por poemas voadores
Tragam uma vibe dança com o santo guerreiro
Da meia noite uma festa interminável
Com personagens que eu mesmo inventei
A madrugada dura dias la na toca
Com vivermoso, canetinha e rockman
Fé na ciência pé na estrada mundo afora
Fiz capoeira para a alma aceitar
Sentar na rede as pastilhas coloridas
O movimento é de desmaio leve traz
Tem dinamite na cabeça do milénio
O ovo da serpente começou a craquelar
O bang bang segue comendo a floresta
O firmamento a ponto de desabar
A preocupança do amigo é fundamento
Ultimamente celestino da razão
Cá nós estamos no começo do milénio
Na farinha do sossego e do desprezo