Seis e Dez da Tarde
São seis horas e dez minutos
Já rezei minha ave maria
O sol se opõe lá no horizonte
A minha alma fica tão vazia
Mais uma noite que vem aí
Trazendo toda melancolia
Vou perguntar de novo pra noite
Se ela trouxe aquele mesmo açoite
Que sempre trás no fim de cada dia
Bate em meu peito
Com chibata da desilusão
E o coitadinho do meu coração
Já não agüenta mais esta agonia
Já são seis horas, mais outro dia
Estou rezando neste mesmo horário
Os sinos tangem a ave maria
O horizonte parece um cenário
Eu imagino nossa senhora
Cristo seu filho lá no campanário
Então pergunto ao divino santo
Pela mulher que a amo tanto
Enquanto aperto as gotas do rosário
A noite vem
Com a chibata da minha amargura
Mulher amada me leva a loucura
E não me tiras deste calvário
Mais outro dia já são seis horas
Pra toda gente essa hora é bendita
Pra mim também mas estou chorando
Por que uma coisa no meu peito grita
É a saudade daquela mulher
Nossa senhora ela é tão bonita
Faça que volte pra mim novamente
Quero tapar a boca desta gente
Que ela volte ninguém acredita
Chegou a noite pra me bater
Até de madrugada
Mas se voltar a mulher amada
Aí a noite jamais me irrita