Navegantes do Passado

Brum el’Bap, Lucas Oliveira “Duende”

[Brum]

Bússola frágil, tempo nebuloso
Os ossos do ofício...
Agora estão no calabouço!
Criação humana, horizonte cibernético
Crianças incubadas em telas
Adultos tomem seus remédios...

Cansados do fracasso, queimando etapas
Se a perfeição é sua meta ao menos mete a cara
Mas calma lá com todo esse excesso
Muita cor, ilusão, letreiros feitos pra você
Essas ideias nunca dão acesso
Imerso nessa condição de consumo por prazer

Não se prenda ao passado estático
Muito menos ao ego estético
São os labirintos da metrópole
Me diz agora: Qual caminho você vai trilhar?

Não se prеnda ao passado estático
Muito menos ao ego еstético
São os labirintos da metrópole
Me diz agora: Qual caminho você vai trilhar?

[Duende]

Dia trágico e frio, sem sabor
Eu vi escorrendo o "bordô", apesar da pouca cor
Respeito ao mais senil nesse rio sem frescor
E mesmo após a anestesia sigo sentindo essa dor

Tipo o sangue que no açúcar coagula
Aquela fé que o ceticismo não anula
Ajuda ou pica a mula, mano, não ta bula
Teríamos mais chances se nós fôssemos a cura

É, não tá tudo bem e é provável que nem fique
Cê sabe bem quantos tiros a pomba negra tem
No peito, no leito, ta na mira do rifle
A noite é longa e incerta mas é certo que ela sempre vem
E vem com quem carrega bem
Motivos e incentivos que planejam derrubar
Notei também, tem sempre alguém
Com a insegurança na cinta pra tentar te intimidar

Mas amor eu hoje eu não vou dormir aqui
Junta o que sobrou refaz a mala e pega um trem
Cê pensa que eu só faço isso por mim
Mas se eu não fizer por nós não vou fazer por mais ninguém

Necromantes tão tentando te atingir no ponto fraco
Cobre essa ferida mesmo sendo visceral
Percebo a alvorada se aproximando
E de fato, abrir mão disso tudo agora pode ser fatal
Ontem mesmo eu senti o gosto salgado do mar
Boiando em agonia eu pensei que fosse o fim
Na antítese que me fez repensar:
Talvez essa agonia foi o que nos trouxe aqui, enfim

No ponteiro, é o BPM, aponta a hora de partir
Na hora errada, a hora exata dessa hora existir
É uma viagem no tempo advento do holocausto urbano
Desconstruo pra reconstruir, caminhando entre os planos:
Físico, astral, mental ou espiritual
Monádico, cósmico, intuitivo, eu sou real
Acelero partículas na barreira intransponível
Sem trava na fala é a bala que perfura a mente dano irredutível
Alquimia explosiva de vila no sábado a noite martelando o ouvido

Trazendo novidades de um passado hermético
Localizando o caos foi na raiz e erradicou
Y'all, y'all
Efeito místico!
(Efeito me esticou)

[Final]

"Não se prenda ao passado estático mano
Muito menos ao ego estético tá ligado..
O tempo é de movimentação, essa metamorfose
Tem que ser constante.. do interno pro externo..
A fita é transparecer a parcela luz que tá presente em casa um..
É única forma de afastar a sombra da besta que bate o martelo ...
Ou talvez seja tudo um pesadelo."

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