Sombra (Fado Nocturno)
António Chaínho
Se a noite escura demora
Cativa dentro do meu peito
pressinto quando me deito
a voz de alguém, que hoje não vem
e mora em mim a toda hora
Falando grave e escondido
Por entre as coisas reais
suspende a força da vida
e não é ninguém, ah e não é ninguém
somente sombra e nada mais
Porém a voz que se ouvia
morre com a noite no cais
e o sol agora me alumia