Vida Dura
[Introdução]
Superei quase tudo nessa vida
E já matei quase tudo que podia me matar
Agora o que me resta e viver como se já tivesse morrido
[Interlúdio]
(Milionário em treinamento nego)
Ei, senhoras e senhores eu poderia pedir um minutinho da sua atenção?
(Isso é o que há)
Pra esclarecer alguns fatos que ficaram pendentes na nossa última reunião
Durante esse tempo inteiro eu só tava querendo dizer que o homem é do tamanho dos seus sonhos
E se uma mixtape não foi o suficiente para você entender, eu faço uma segunda, uma terceira, não importa
Estamos aqui para isso
[Refrão]
É, eu venho de uma vida dura
Mas o que importa mesmo é o foco na fatura
Tive que escolher entre o microfone e o fura
Entre os flashs do palco e das viatura
(2X)
[Verso 1]
Dificuldade me fez e eu to bem firmão
Graças à Deus trabalhando e muito bem irmão
Muitas conquistas e telas, fazendo coleção
Dividir com todos por essas calçadas
Indo cada vez mais alto, fiz da minha vida um palco
Cada passo um degrau nessa escada
Exemplos de história que ficam na memória
Fortalecer de verdade a nossa história
E esquivar desse mundo maligno
De onde eu vim já tive momentos de loucura capazes de alterar meu signo
Vozes suando na minha mente me deixam doente
Demônios cruzam meu caminho desde adolescente
Brisas de um delinquente quando vê seu oponente
Cabeça quente, derrubar quem ta na frente
Mas assassino mano, de um jeito diferente
Consciente, meu microfone descarrego o pente
[Refrão]
[Verso 2]
Na Zona Sul manos com muita ambição
Planos de vida todo o dia são largados no chão
Se os que caírem no caminho servirão de lição
Acho que tudo isso faz parte de uma maldição
É preciso muito mais que visão
Pra perceber que os caminhos tem espinhos pra tirar com as mãos
Se for a nossa decadência que estiver em questão
Talvez o sangue derramado tenha sido em vão
Viram a sua própria gente atacando sem razão
E os que eram pra apoiar torcendo pra te ver no chão
Dessa forma refleti e cheguei numa conclusão
Quando tu é verdadeiro o mundo faz questão que não seja
Veja nos olhos do covarde que apedreja
O medo que paralisa e rouba brisa onde esteja
Mas não vai tocar em mim qualquer verme que rasteja
E planeja entregar minha cabeça na bandeja pro cão
[Refrão]
[Outro: Sabotage]
O dia inteiro perambulando sem... sei que o bagulho é esse. O dia inteiro perambulando assim, sem nada pra fazer. Aí a galera aqui da periferia, a fonte de renda de uma favela, não é o governo que abastece, é o tráfico. Então, geralmente a gente não tinha nada pra fazer, aí a gente aprende na rua. Ou seja, a gente nasce do lado de uma [?], de Campo Belo, do morro do Brooklin e a gente passa necessidade, a gente vai vendo ao nosso redor as [?] passando na avenida, as BMW, os Corola, ta vendo aí? [?] que não vai e pá... Ta vendo? Se você não for um cara mais cabuloso você acaba se perdendo no mundo do tráfico, no mundo da droga. E Eu passei por isso, eu tive... os conselhos meus foi os caras do morro que falou pra mim: meu, você não serve pra isso, vai trabalhar e cantar rap que você é bom. É isso ai