Sempre Igual
Bernardo Ferrugem
Assistir TV, procurar o que fazer
Ler um livro sei lá, ter o que comemorar
Acorda toda noite, a insônia lhe namora
Procura no escuro o que lhe apavora
Arrancam-lhe os sonhos lhe propõe
Os pesadelos as crianças o adoram
Do futuro ele tem medo
Criado pela rua protegido por ninguém
Amante do pecado do mal e do bem
Mas ainda diz
Que é feliz
E que as tristezas
Não vão, mas lhe atormentar
Desliga a TV se deita se levanta
Pega o seu violão e às vezes também
Canta
As melodias fracas que já cansaram de escutar
De banda como se essas que estão a escutar
Mais é sempre a mesma coisa é sempre tudo igual
Fica rindo ao passado o herói-cara-de-pau