Única
Eu, que sempre quis ser mais
Que venci sem querer
E ao chegar, rendido fiquei
Descalço os pés de sangue
P′la mão vou mar adentro
Curo a alma por fora, por dentro
Da espera um só nó
Na guerra fiquei só
De parado aqui, de partido aprendi
E grito sinto medo rompo o mal p'la raiz
Parto pela sombra escolho aquilo que quis
Nunca estive certo de voltar a nascer
Vivo sempre perto, venço mesmo a perder
Olho mais à frente, sempre fiz e desfiz
Sonho várias cores nenhuma me condiz
Paro leio escuto nunca volto a aprender
Penso se algum dia vou deixar de sofrer
Do choro sempre aberto nunca volto feliz
Tranco-me num espelho tento nunca partir
Volto de mãos dadas uma última vez
Guio a mesma estrada, uma duas e três
Largo longe chego perto
Espreito toco um rosto incerto
Escrevo leio folha em branco
Rezo canto um só terço