Na Minha Avenida
Subo e desço a minha avenida
Sem saber o que fazer às mãos
Compro um kentuky na tasca da esquina
Sem saber de ti, por ali a crescer
As árvores e os pombos sujam os carros
Estragam a pintura de segunda mão
Ainda não me deram a minha viola
Sarjetas entupidas, chuva de verão
Na minha avenida
Os autocarros provocam terremotos nas paragens
Na minha avenida
Somos todos periféricos
Na minha avenida
Não se cumprem os horários
Tu esperas talvez
Toda a tua vida
Sei que um dia fui atropelado
Onde hoje para o metro de superfície
O alcatrão brilha e eu fico lá colado
Aumentando mil vezes a minha chatice
A minha avenida é divida
Em partes desiguais por uma travessa
Onde eu fui rompendo com todas as regras
Sem saber de ti, por ali a crescer
Na minha avenida
Os autocarros provocam terremotos nas paragens
Na minha avenida
Somos todos periféricos
Na minha avenida
Não se cumprem os horários
Tu esperas talvez
Toda a tua vida
Na minha avenida afinal havia
Um lado bom, esse onde tu vivias
O lado mau ficou na outra paragem
A ti regresso todos os dias