Império do Café, o Vale da Esperança
Ventos de dor os trouxeram pra cá
Fé que guiou o destino de tantos
Africanos destinados à saudade
Sol e chuva, a tristeza como par
Nego tá cansado, nego tem que trabaiá
O ouro negro enraiza a escrava lida
E faz o áureo poder deixar o breu
A boa música valsava em poesia
Enquanto o ébano sangue escorreu
Tem batuque, jongo, capoeira
Na mandinga da vovó benzedeira
No terreiro firma o ponto, gira dos meus orixás
Força da fé que dobra o capataz
Ah, passou o tempo, o vale se transformou
A imigrande mágica misturou
Fez renascer a esperança dessa gente
Mãos calejadas fazendo arte
E um aroma de enlouquecer
Unem-se à folclórica verdade
Tanta gente veio conhecer
A luz que protege a alma
À cruz, peço pra me guiar
Se hoje é agronegócio que traz o progresso
O povo agradece e vem cantar
Desce o Morro da Formiga
Meu Império da Tijuca vai à luta
Traz o Vale do Café, negritude de valor
Num lindo rosário de amor