Flor de Sangue

Vicente Celestino

Num cabaré de luxo deslumbrante
Uma mulher volúvel infernal
De riso sedutor e fascinante
Tornou-se a mais famosa flor do mal
Os homens quando ali ela chegava
Brigavam de ciúmes por prazer
E aquela triste cena provocava
Que eu vos passo agora a descrever

Pegava numa flor e ao léu jogava
Um homem ajoelhado a flor beijava
Ouvia-se um estampido e o chão de sangue
Depunha-lhe aos pés a flor em sangue
Diziam já ser velha aquela cena
E que jamais amara a tal pequena
Mais tarde vês um jovem a sorrir
Tentou a velha cena repetir

Jogou a flor ao jovem quando o viu
Mas este dar-lhe as costas decidiu
E então fingindo amá-lo resolveu
Curvar aquele bruto que a ofendeu
E assim que seu intento conseguiu
A velha antiga cena repetiu
Mas quando a teus pés ele tombava
A bela descobriu que o amava

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