Tato no Escuro
Abrindo portões da sua mente
visitando além do que se pode tocar
ardendo o fogo em seu mais reluzente
vivenciar
na arte da calma, o tato no escuro
dos vales da alma o mergulho profundo
Onde a viagem é o destino
no curso do ciclo, intuição em ligação com o instinto
evolução onde o respeito anda em extinção
brisa, forte neblina, aperte o cinto
jornada na terra de mil conflitos
clamam por mudanças em seu tempo mais propício
por isso a existência a serviço
edificação de um novo início
já faz um tanto desde o despertar de mais um canto
atmosfera hostil e no entanto
a veia pulsa, e porque se chamava homem também se chamava sonho e sonho é feito de luta
pelos mares de concreto, o poder do dialeto, conexão arte marginal
em um rascunho de caderno, o cenário de um deserto errante rumando o litoral
poupando a fadiga
solto de bagagem
no treino da pupila
a esquiva da miragem
entre idas e vindas
laborando os percalços entre o céu e o asfalto
Abrindo portões da sua mente
visitando além do que se pode tocar
ardendo o fogo em seu mais reluzente
vivenciar
na arte da calma, o tato no escuro
dos vales da alma o mergulho profundo
agraciado pelos belos tons de azul da alvorada
a natureza e seus belos encantos
aguce o senso e repare, não é o sol que nasce, nós tamo girando, girando e girando
fulanos e beltranos e seus planos mundanos varrendo suas angústias pra debaixo do pano
celebrando a embriaguez de lucidez, um brinde à vida e a sua escassez
meu laboratório neural
absorvendo ensinamento atemporal
luzes que passaram, deixaram seu legado pra firmar que a nossa união tem potencial
então, viva como viva, como seja, em seu tempo, território, moradia sua vida é significativa
mas é preciso andar e clarear ruínas, lavar as nossas louças encardidas
por isso a inquietude pra entender o que acontece
por isso a atitude pra mudar o que acontece
desenhar os dias a conceber um novo mundo que a gente ainda não conhece
Abrindo portões da sua mente
visitando além do que se pode tocar
ardendo o fogo em seu mais reluzente
vivenciar
na arte da calma, o tato no escuro
dos vales da alma o mergulho profundo