Dias Banais
Wanderley Monteiro
Meus dias são banais
Sempre tão iguais
E hoje tanto faz
Se me levam
Mar adentro ou para o cais
São janelas fechadas
Pea tranca da desilusão
Não importa o que há lá fora
Pois os dias de quem chora
Carecem de razão
São grãos de areia
Escorrendo pelo vão das mãos
Mas, eu conservo meu sorriso
E me engano, pois preciso
Dissimular para sobreviver
Eu canto pra esconder
Que tenho o peito a soluçar
Pra que ninguém possa dizer
Que teve pena do meu padecer
Ninguém condena o que não pode ver