O Filósofo e o Jegue
Me apaixonei por uma bruxa tão banguela
que no fundo da panela
não nasceu um pé de arroz
xinguei meu gato: "urubu da boca mole"
o dentista quase engole
A jaca dura
e o alicate de nós dois
da mariente dei bananas astronautias
urienei todas ribaltas
que o meu jegue não mordeu
eu via lua debruçar-se em gargalhada
minha lua é uma coalhada
que o gerente não comeu
quen, quen, quen, quen, quen
Cachaça errada éu um pirulito de madame
faca cega no salame
dar um coice no perdão
o lobisomem é meu velho e meu xerife
vou rimar como o nosso chifre
vou varrer do apartamento
essa palavra solidão
de azul e branco fiz meu sonho de domingo
com baralho dama e bingo
mas ninguém pode jogar
se não olharem minha lua, tão airosa
a poesia escandalosa ninguém mais vai vomitar
quen, quen, quen, quen, quen
Os senadores capengando um pau-de-arara
futuquei com a minha vara
uma nuvem lá no céu
caiu Regan, cabôclo Ritle, Margarete
mocotó com espagate
rapadura e um canivete
nós cumeu foi no chapéu
comi sabão com guardanapo e com goiaba
prato esperto que pirava meu pisquiatra Béu
comi alua com um copo de memória
me escondi dentro da história
no meu Morro do Chapeú
quen, quen, quen, quen, quen