Negro Pai Quati
NEGRO PAI QUATI
Pagos de Santa Maria! Nas prosas se repetia:
“um feitiço está no ar”. Apareciam esteiras,
cestas, balaios, peneiras, nas estâncias do lugar.
Porém no mesmo postiço, ao reverso algum sumiço,
ferragens de trabalhar. Serra, machado e facão,
se sumiam do galpão. Mistérios pra desvendar.
Mantas de charque, ovelhinha; do poleiro uma galinha,
o cobertor no varal. Mas sempre em contrapartida,
objetos ganhavam vida; perdeu-se o medo afinal.
Dentre as matas, solitário!
Vestia peles, comentários, de ser caipora, zumbi.
Mas sem a barba e couraças, surgiu um negro com graças;
deram o nome: Pai Quati.
Negro dos guapos, decente! Mais um afrodescendente...
Que aportou: Navio Negreiro!
De Rio Pardo o paradeiro; dali se fez liberdade!
Mesmo vivendo em carência,
foi leal na sua essência: cambiou por necessidade!
Mantas de charque, ovelhinha; do poleiro uma galinha,
o cobertor no varal. Mas sempre em contrapartida,
objetos ganhavam vida; perdeu-se o medo afinal.
Pai Quati! Pai Quati!
Pai Quati!
De alma livre na pátria...
No pago Sul foi Zumbi.
Pai Quati! Pai Quati!