Garrão do Pampa
Quem nunca teve num surungo de fronteira
E não conhece a fumaça da lamparina
Não sabe o gosto da cachaça de barril
Nunca sentiu um calor dum corpo de china
Não sabe as mãnhas da vanera sapateada
E nunca ouviu uma cordeona da voz rouca
E desconhece um sapucai dentro da sala
E um índio taura berrando de toda boca
Isto só ejiste onde começa o Brasil
Léguas de campo coberto de céu azul
Pampa missioneiro hospitaleiro e gentil
Sustentando a pátria do meu Rio Grande Do Sul
Foi champorreado garroteando a gaita ponto
Arrucinado nos turumbamba e fumaça
Canha e churrasco e mate guasca pampeano
Sol e minuano me temperando a carcaça
A polvadeira e o fedor da querosene
Me entope as venta me embarulhando os candeeiro
Qual galo fino que o peito não tem tramela
Regaça a goela num cantar bem missioneiro
Isto só ejiste onde começa o Brasil
Léguas de campo coberto de céu azul
Pampa missioneiro hospitaleiro e gentil
Sustentando a pátria do meu Rio Grande Do Sul