Nos Braços da Madrugada
Num baita trago, saiu da venda
Campeando a sorte numa outra olada
Da boa pinga c'o a lã molhada
Perdeu no pasto toda a encomenda
Num baita trago, saiu da venda
Campeando a sorte numa outra olada
Da boa pinga c'o a lã molhada
Perdeu no pasto toda a encomenda
E via estrelas, e via o céu
Sentindo a geada que, pela estrada, cai de boléu
Que, pela estrada, cai de boléu
E via estrelas, e via o céu
Sentindo a geada que, pela estrada, cai de boléu
Que, pela estrada, cai de boléu
Chegou na estância naquele tranco
Sem Oh! De Casa, de madrugada
E a lua cheia, no céu, parada
Pisa nas pedras do pátio brando
Campeando a pipa, foi na ramada
Bebeu um bocado e soltou o Bragado de cola atada
E soltou o Bragado de cola atada
Campeando a pipa, foi na ramada
Bebeu um bocado e soltou o Bragado de cola atada
E soltou o Bragado de cola atada
E a noite fria de lechiguana
Morreu nos braços da madrugada
Quando a doninha tão preocupada
Abriu os pelegos da sua cama
E a noite fria, junto à tarimba
Não achou solto nesse abandono daquela timba
Nesse abandono daquela timba
E ali, no más, se encheu de lua
Quem tinha a alma encarangada
Melhor que o pala de lã cardada
É o aconchego de uma xirua
Nem vi estrelas, nem vi o céu
Nem vi a geada que, pela estrada, cai de boléu
Que, pela estrada, cai de boléu
Nem vi estrelas, nem vi o céu
Nem vi a geada que, pela estrada, cai de boléu
Que, pela estrada, cai de boléu
Num baita trago, saiu da venda
Morreu nos braços da madrugada