O Fado Que Em Tempos Te Cantei

O fado que em tempos te cantei
Disse ainda suave ao teu ouvido
Não quero andar do amor tão distraído
Que tome o imaginado por viver
Que tome o imaginado por viver

De tudo que imagina o pensamento
Eu tento mais querer do que mais ver
Em querendo equilibrar pimenta e sal
Eu faço da mistura o sentimento
Eu faço da mistura o sentimento

Onde é que paras, amor fugitivo?
Para onde foste tantas horas?
Por que te atardas e por que demoras?
Há quanto tempo não há tanto tempo a arder?

Janela que se abriu de par em par
Por vezes traz no vento o teu perfume
Não sei se por ausência ou por ciúme
Vem uma saudade nova de te amar
Vem uma saudade nova de te amar

Chegado a outra margem desse rio
Que em língua mais comum se chama vila
Regressaria ao ponto de partida
Ai, no ombro de um antigo calafrio
Ai, no ombro de um antigo calafrio

Onde é que paras, amor fugitivo?
Para onde foste tantas horas?
Por que te atardas e por que demoras?
Há quanto tempo há tanto tempo a arder?

A estrela que brilhava ainda não fugiu
Na luz do teu tão incisivo olhar
Não digo que o amor assim ressurge
Mas talvez valha a pena experimentar
Mas talvez valha a pena experimentar

Onde é que paras, amor fugitivo?
Para onde foste tantas horas?
Por que te atardas e por que demoras?
Há quanto tempo não há tanto tempo a arder?

Onde é que paras, amor fugitivo?
Para onde foste tantas horas?
Por que te atardas e por que demoras?
Há quanto tempo não há tanto tempo a arder?

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