Fado da Pouca Sorte

Ary Dos Santos / Fernando Tordo

De manhã a vender na Avenida,
ou à tarde nas ruas da Baixa
está o cauteleiro
a gritar que há horas na vida
à carteira de que não tem
pão porque não tem dinheiro.
Tantos contos que são a taluda,
tantas notas sonhadas só ele
as atira p'ra o ar.
Já que a sorte da gente não muda,
que tristeza termos de pensar
isto vai a jogar.

Quinze mil quatrocentos e tres.
Nove mil trezentos e dez.
Mas o mal que o dinheiro nos fez
durante a vida toda...
Amanhã não anda a roda!

Um bilhete que sabe a desgraça,
uma vida passada à espera da terminação.
Mas o cauteleiro é que passa,
a má sorte jogada no duro da aproximação.
A voz lenta apregoa a cautela,
esperança louca de quem nunca teve
uma nota na mão.
Mas a sorte também tem com ela
a miséria de quem fez do jogo
o seu ganha-pão.

Quinze mil quatrocentos e tres.
Nove mil trezentos e dez.
Mas o mal que o dinheiro
nos fez durante a vida toda...
Amanhã não anda a roda!

Wissenswertes über das Lied Fado da Pouca Sorte von Carlos do Carmo

Wer hat das Lied “Fado da Pouca Sorte” von Carlos do Carmo komponiert?
Das Lied “Fado da Pouca Sorte” von Carlos do Carmo wurde von Ary Dos Santos und Fernando Tordo komponiert.

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